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ESPANHA: MADRID 1º DIA - PARTE I

  • Angela Francklin
  • 9 de set. de 2018
  • 11 min de leitura

Minha primeira visita a Espanha foi em janeiro de 2005, e, naquela oportunidade, pude conhecer cidades lindas como Madrid, Granada, Córdoba, Sevilha e Alicante. Desde então, eu passei a amar ainda mais a Espanha! No início deste ano de 2018, comecei a procurar um destino para as minhas férias de setembro, mas nada me atraia, até que comecei a assistir a uma série espanhola chamada Isabel. A partir daquele momento, eu tomei minha decisão: nas minhas férias de setembro, Espanha será meu destino!


Após pesquisar sobre as cidades, montei um roteiro com base em três cidades, de onde fiz alguns bate e volta para Toledo, Ávila e Granja de San Ildefonso, e de quebra inclui um passeio de um dia apenas até Amsterdã, mas isso é outra história e falarei dela mais para o futuro! Simbora Comigo nessa trip?


Optei por um voo direto noturo pela Cia Aérea Ibéria, que saiu do Rio de Janeiro às 19h do dia 07/09/2018, e chegou em Madrid, no dia 08/09/2018, às 10h 30min. O avião. apesar de ter viajado na classe turística (um dia viajo de primeira classe...eheheh). era bem novinho e no meu ponto de vista era bem confortável, mas para quem tem 1,64 m, nada atrapalha...rs..


Todo o procedimento de entrada no País foi super tranquilo e rápido, me sendo perguntado apenas quais seriam as cidades que eu ia visitar e se já tinha hotéis reservados. Terminado esse procedimento, retirei as bagagens, e fui direto para terminal de táxi para me levar até até o hotel que escolhi para ficar hospedada na cidade. Em outra postagem falarei sobre o hotel.


Cheguei no H10 Puerta de Alcalá, realizei o check-in, fiz um rápido reconhecimento do quarto, e parti para a caminhada. No meu roteiro do primeiro dia, o total caminhado foi de 8 km, e todos os cantinhos que visitei estão narrados abaixo com muito carinho! Na foto a seguir, está o roteiro que fiz no primeiro dia, sendo a linha em azul claro o trajeto a pé e o escuro de táxi do aeroporto até o hotel.

A ANSIEDADE: Meu primeiro dia na cidade foi destinado para conhecer o Bairro das Letras, mas tive que conter a minha ansiedade, afinal de contas, primeiro dia em Madrid, depois de 15 anos, fez meu coração bater forte. Além disso, precisei resistir às inúmeras atrações que estavam perto do hotel para não modificar o roteiro. VAMOS AO ROTEIRO: LAS LETRAS O "Las Letras" possui uma rua principal chamada de Calle de Las Huertas, que é uma rua muito conhecida por ter abrigado nos seus arredores escritores espanhóis famosos, como: Cervantes, Quevedo, Góngora, Lope de Vega, e, muitos outros. Não fica difícil entender o motivo do nome do bairro, né? Nesse roteiro, busquei conhecer os museus, lojas de antiguidades, tabernas, histórias, segredos guardados, e antigos bares. Para conhecer o local, levei toda a tarde e por ser um percurso bem plano, ele pode ser feito por idosos também. Destaco que esse passeio não é muito procurado pelos turistas, mas ele vem conquistando seu espaço a cada dia que passa.


1) Caixa Forum Madrid:

CaixaForum Madrid é o nome desse centro cultural e social da instituição financeira catalã La Caixa. O prédio onde ele fica é tão espetacular quanto o seu conteúdo, e suas instalações foram reformuladas por dois arquitetos suíços, entre os anos de 2001 e 2007, que aproveitaram o prédio de uma estação elétrica abandonada, acrescendo dois novos andares que foram "encapados" por uma chapa de ferro oxidado. O grande destaque dessa atração é a parede com um jardim vertical formada por 15.000 plantas de 250 espécies. Vejam como é lindo! O CaixaForum Madrid é um centro cultural importante, que expõe obras de coleção permanente, além das obras itinerantes.


Ele está localizado dentro do Triangulo de Arte que engloba os três grandes museus de Madrid: Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Museu Thyssen-Bornemisza e Museu Nacional do Prado.


Não deixe de saber qual a exposição do dia, e aproveite a oportunidade para conhecer o interior do Centro Cultural. No dia da minha visita, tinham muitas crianças porque estava sendo exibida exposições dos desenhos da Disney, que também visitei e foi uma graça!!!


Acho bem interessante destacar que o Caixa Forum é um Centro totalmente adaptado a todos os visitantes:

Também é possível baixar no seu celular, o áudio guia para ir conhecendo um pouco mais do prédio e toda a sua estrutura. Como podem perceber é um Centro Cultural que vale muito a pena conhecer. Sua entrada está 4 euros, e quem quiser, pode acessar o site dele por aqui. Terminei minha visita, e segui pelas ruas, e muito embora o clima estivesse chuvoso, nada estragou meu passeio!

Após alguma caminhada cheguei à famosa rua do bairro: Calle Huertas! A rua tem esse nome porque, antigamente, ela levava até as huertas (hortas) que ficavam onde hoje está localizado o Museo del Prado. Por ser fechada ao trânsito de veículos, o visitante consegue caminhar por toda sua extensão de 700 metros de forma muito tranquila. O grande charme da rua, são as citações literárias, gravadas no chão, com frases dos autores famosos que moraram no Bairro de las Letras, como Cervantes, Quevedo, Lope de Vega e muito outros.

É super legal explorar a rua, não só por causa das citações literárias, mas, também, pelos curiosos bares e prédios que estão em toda sua extensão. Sugiro que você fique serpenteando as ruas perpendiculares e paralelas a Calle Huertas para ir descobrindo seus segredinhos.

2) Convento de las Trinitarias Descalzas:

Também conhecido como Monastério de San Ildefonso y San Juan de Mata, o Convento de las Trinitarias Descalzas foi fundado em 1609. O seu retablo barroco está dedicado a San Ildefonso, um bispo do século VII que se tornou padroeiro de Toledo.


O Convento de las Trinitarias é uma ordem de freiras que habita o convento, que é de clausura. A igreja, infelizmente, abre unicamente para a celebração da missa, e, como meu horário não coincidiu, não consegui conhecer o seu interior.


Arquitetonicamente falando, o Convento é simples, apesar das adições e reformas. A fachada sóbria, composta por duas faixas laterais de pedra e um frontão triangular, com três arcos de entrada semicircular.A pequena igreja que circunda o edifício tem um plano de cruz latina.


Esse convento tem algo a mais a ser visitado! Miguel de Cervantes, o maior escritor espanhol e criador de Dom Quixote, foi enterrado na igreja, mas seus restos perderam-se posteriormente. Ele morreu no ano de 1616, e seu cadáver foi levado ao Convento de las Trinitarias Descalzas, onde sua filha era freira e sua esposa também estava enterrada. Após décadas de procura pelo lugar exato do sepultamento de Cervantes, uma equipe de pesquisadores achou os restos mortais do escritor em 2015.

A igreja abre meia hora antes das missas, cujos horários seguem abaixo:

Seg/Ter/Qua/Sex: 08h 30min

Qui e véspera de feriados: 19h 30min

Feriados: 12h

Sábado: 19 h e 20h 15min


E caso queira fazer uma visita guiada, você vai precisar marcar pelo telefone: (+34) 91 429 56 71.


3) Residência de Francisco Quevedo:


Saindo do Convento, segui pela rua, até chegar na Calle Quevedo, onde está a residencia de Francisco Quevedo, que foi um escritor espanhol. Caso queira saber um pouco mais do trabalho e da sua vida, clica aqui.

A casa de Quevedo está em excelente estado de conservação, e uma placa na sua fachada, indica que ele viveu ali. A história desse lugar é bem curiosa! Diz-se que Quevedo comprou a casa onde viveu seu grande desafeto, Luis Gángora, após ele ter sido despejado. Infelizmente, não há visita a parte interna da casa!

Passeando pelo bairro e serpenteando as ruas, como eu disse acima, segui até a Calle León onde encontrei uma antiga farmácia chamada Leon, que data do final do século XVII, também conhecido como a época de ouro espanhol. A farmácia mantém sua antiga aparência, e decoração com prateleiras de madeira avermelhada com ornamentos dourados e muitos potes antigos. A fachada chama atenção devido as cerâmicas brancas a azuis que formam um leão.

Ah como é bom perder-se pelas ruas de Madrid! Como eu disse mais acima, esse bairro possui muitos bares diferentes, e foi no serpentear pelas ruas que encontrei o Toulouse-Lautrec. O lugar deve seu nome a uma viagem de seu dono à cidade da luz, Paris, que se apaixonou pelo trabalho do pintor Henri Toulouse-Lautrec, desenhista francês original e artista-cartaz do século XIX. Todo o bar é decorado com pinturas e cartazes do singular pintor.


Possui uma carta uma ampla seleção de cervejas importadas com mais de 28 referências, coquetéis com e sem álcool, como daiquiris, pina coladas, margaritas ou os sempre mojitos triunfantes, gim premium e tônicas diferentes referências de champagne. A noite as portas onde estão os desenhos ficam abertas e muitas pessoas ficam reunidas na frente do bar, tornando o ambiente descontraído e muito alegre!

4) ATENEO DE MADRID

O Ateneo de Madrid é uma instituição cultural privada, fundada em 1835 e adornado com quadros de Arturo Mélida, em estilo neogrego. Conta com um auditório, uma sala de trabalho, salas de aula, um hall, uma biblioteca e um arquivo. As visitas guiadas oferecem a possibilidade de descobrir um dos edifícios mais singulares da cidade. Durante o passeio, o visitante terá a possibilidade de apreciar inúmeras obras de arte, espalhadas em diversas áreas como: Salão de Assembléias, Galeria dos Retratos, Sala da Cacharreria, Salón Romántico e Despacho de Azaña.


As visitas ao Ateneo de Madrid podem ser feitas, mediante pedido prévio, e são realizadas de segunda a sexta-feira pela manhã, com duração de 45 minutos, ao custo de 3 euros.












5) Casa de Cervantes e o local onde foi rodado a primeira edição de Don Quixote:


Cervantes nasceu em Alcalá de Henares, mas essa casa que fica na Calle de las Huertas, nº 18, é onde ele finalmente se estabeleceu em Madrid depois de várias mudanças, até a sua morte. Em 1833, o proprietário, Luis Franco, decidiu demolir a casa original para construir uma nova. Ao tomar conhecimento da demolição, Rei Fernando VII, propôs que as obras fossem suspensas e que o Estado comprasse a propriedade, mas Luis Franco não desistiu de seus esforços e a casa foi demolida. Depois do trabalho, com uma nova entrada, não mais na rua do Leão mas na rua de Francos, foi colocado na fachada um relevo com o busto de Cervantes e uma inscrição lembrando a permanência e morte naquele lugar de Cervantes.


A Sociedade Cervantina está localizada no mesmo lugar onde foi feita a impressão mais importante da Idade de Ouro. Nesta tipografia, além do trabalho imortal de Cervantes, mais de uma dúzia de obras de Lope de Vega, Tirso de Molina e Calderón de la Barca foram impressas entre outros autores fundamentais da literatura espanhola.

A Cervantina Society restaurou e recuperou a oficina de impressão e tem uma réplica exata da prensa tipo móvel com a qual a primeira edição de Don Quixote foi impressa em 1605. A visita ao local, possui datas certas, e só acontece durante os meses de novembro e dezembro, quando a Don Quixote Press abre suas portas às sextas-feiras, sábados e domingos, Para obter informações sobre tarifas e reservas, é necessário entrar em contato através do seguinte e-mai: : imprenta@sociedadcervantina.es.



6) CASA MUSEU LOPE DE VEGA


Depois do almoço, me dirigi para o Museu Lope de Vega, onde agendei previamente uma visita guiada, pelo e-mail: casamuseolopedevega@madrid.org . A Casa Museo de Lope de Vega é a antiga casa do escritor e poeta do Século de Ouro espanhol, período conhecido como o florescimento das artes e da literatura na Espanha, coincidindo com a ascensão e queda da dinastia dos Habsburgos (na Espanha conhecidos como os Áustrias).


A casa de Lope de Vega, situada na rua de Cervantes, data do século XVI, e foi comprada por ele em 1610, servindo como sua moradia até a sua morte, em 1635. Após sua morte, e até ao século XIX, a casa passou por inúmeras transformações ao ponto da estrutura original desaparecer completamente. Quando a Real Academia da Língua, comprou o prédio, foi iniciada uma cuidadosa reconstrução da casa para se chegar até ao que hoje é tida como a distribuição original dos cômodos.


Algumas das peças do mobiliário e das imagens que ocupam atualmente as divisões da casa, pertenceram ao escritor e foram recuperados do convento que as tinha recebido por doações de uma das filhas do escritor. A recriação de ambientes, tem o objetivo de dar ao visitante a sensação de estar passeando e vivendo o cotidiano de Lope de Vega.


Cervantes apelidou Lope de Vega de “Fénix de los Ingenios” e “Prodigio de la Naturaleza”. Lope modernizou a linguagem do teatro espanhol em um momento que começava a situar-se como um fenômeno cultural de masas

Em termos de acessibilidade, o Museu está apto a receber a inúmeros visitantes, no entanto, em virtude da casa ser muito antiga, não foi possível construir acesso aos andares superiores para cadeirantes. Vejam as facilidades:



- Brochura em Braille: para pessoas com pouca ou nenhuma visão, que deverá ser solicitado com antecedência.

- Visitas guiadas-descritivas: reserva prévia e para pequenos grupos com pessoas com baixa visão (10 pessoas).

- Visitas especiais com apresentações táteis de alguns objetos do museu.

- Signoguias: vídeos em linguagem de sinais em que as informações do tour guiado são reproduzidas.

- O museu tem um banheiro adaptado para pessoas com mobilidade reduzida.

-A entrada do Museu Casa Lope de Vega tem um degrau de aproximadamente 8 centímetros, e cadeira de rodas com motor não pode acessar a casa. O acesso aos andares superiores é impossível para as pessoas com deficiência física e difícil para pessoas com mobilidade reduzida. O Museu conta com o aplicativo mobile, download gratuito que funciona através do bluetooth e da rede Wi-Fi do museu.


As visitas à casa-museu são guiadas em espanhol, inglês, italiano e francês, e realizam-se cada meia hora, com uma duração aproximada de 35 minutos aproximadamente, e não é cobrado ingresso.



7) JARDIN DEL ANGEL:

O antigo cemitério de uma igreja, é o local onde fica El Jardín del Ángel. Muitas históricas cercam esse lugar que é um verdadeiro oásis no centro de Madrid. O turista desavisado que caminha pela região se encanta quando encontra o jardim. No jardim são vendidos bulbos de flores, sementes, plantas para todos os turistas que queiram levar uma pequena lembrança de lugar.














8) Plaza de Angel:


Saindo do Jardim del angel, e seguindo mais em frente, cheguei até a Plaza de Angel, que tem um formato triangular e segredos pouco conhecidos a começar pelo seu nome. No local existia um convento chamado de San Felipe Neri, que possuía uma linda pintura do Santo Ángel de la Guarda, quadro que é de grande estima para o madrilenhos. No entanto, muitos prédios em Madrid, com o tempo, desapareceram, e assim como tantos outros, o convento e o quadro, foram demolidos, mas como vocês leram mais acima, o Bairro das Letras possui inúmeras inscrições no chão, e a descoberta desse edifício e do quadro, foi que levaram a denominação da praça.




Saindo da Paza del Angel e de costas para o vértice da praça, virei à esquerda para conhecer a Plaza de Santana, que tem esse nome em razão do mosteiro de Santa Ana que se encontrava nesse lugar no século XVII. As origens da praça moderna estão na época de José Bonaparte (irmão do imperador francês Napoleão) que, em 1810, mandou demolir o antigo mosteiro carmelita e as casas que ficavam ao lado, pensando em melhorar as condições sanitárias de Madri. Em 1880, a praça começou a adotar sua aparência atual, quando os prédios que obstruíam a vista do Teatro Espanhol, localizado no outro extremo da praça, foram demolidos. Além do Hotel Me e o Teatro Espanhol, os destaques da praça são os monumentos ao escritor do Século do Ouro espanhol, Pedro Calderón de la Barca, e o poeta Federico García Lorca, que foi executado durante a Guerra Civil espanhola.








A praça conta com numerosos restaurantes, cafés e bares de tapas, que cobrem boa parte dela com suas terrazas. Na foto abaixo, está o luxuoso Hotel Me.


9) Teatro Espanhol:

Abaixo, está o Teatro Espanhol, o mais antigo de Madrid, construído em 1564 a mando do rei Felipe II. O teatro foi originalmente construído em 1745 no lugar ocupado pelo Corral de Príncipe (um teatro ao ar livre). Um incêndio o destruiu no começo do século XIX, mas foi rapidamente reconstruído em 1804, com um desenho de Juan de Villanueva. O prédio atual, levantado no estilo neoclássico e com colunas coríntias e medalhões com bustos de escritores famosos, seguindo um desenho de Román Guerrero, foi construído entre 1887 e 1895 sob a direção de Natalio Grueso. Em 1975, um novo incêndio danificou seriamente o teatro, obrigando a uma restauração que foi finalizada em 1980. Hoje é um dos principais teatros de Madri, conhecido pelas apresentações das melhores produções espanholas e internacionais.

O teatro oferece visita guiada de aproximadamente 01 hora, e os os visitantes podem aprender a história e evolução do Teatro Espanhol durante os seus 430 anos de existência, desde o nascimento (como teatro de comédia) através de várias etapas políticas e artísticas, para se tornar o teatro que é hoje. Os bilhetes são vendidos ao preço de 3 euros na bilheteria do teatro, em grupos de 10 a 25 pessoas.


Circulando pelas redondezas, encontrei o Palácio Santa Cruz, que foi construído entre os anos de 1629 e 1643, do período Habsburgo. Originariamente foi construído para ser uma cadeia, e vários nomes importantes passaram pelas celas do prédio. O prédio passou por uma restauração em 1846, depois de ter sido parcialmente destruído por um incêndio. Hoje funciona o Ministério das Relações Exteriores.

A primeira parte do meu primeiro dia em Madrid termina aqui. Como foram muitos lugares conhecidos, resolvi dividir em duas partes esse primeiro dia para não ficar muito extenso e cansativo.


Espero que estejam gostando!!!



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